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Você é mais ocupado ou mais produtivo? Veja a diferença!
Richard Feynman, ainda no ano de 1965, foi ganhador de um prêmio Nobel de Física sendo que até os dias de hoje ele ainda se destaca por ser uma das 20 mentes mais brilhantes do mundo todo.
Tal como se imagina, esse cientista tinha uma visão peculiar e muito própria do mundo, diferente do pensamento da maioria das pessoas.
No entanto, o que realmente surpreendeu nele é que seus amigos o consideravam como um tipo bastante preguiçoso.
No ano de 1981, Feynman foi a uma entrevista à BBC, onde se descreveu para o mundo inteiro com uma pessoa irresponsável e que não fazia nada.
Ele ainda disse que se alguém pedisse a ele que fizesse parte de um comitê, ele diria que não!
O fato é que quando estudamos hábitos de empresários e artistas de elite, podemos perceber que a tendência de Feynman é uma regra e não uma exceção, como muitos pensam.
Um outro bom exemplo disso é o escritor de ficção científica chamado Neal Stephenson, que assim como Feynman é tido como um preguiçoso porque não responde e-mails, mensagens nas redes sociais enviadas pelos fãs e nem mesmo participa de congressos.
Como isso é possível, ser genial e produtivo?
Claro que pode parecer raro que pessoas com tanto sucesso possuam hábitos de preguiçosos, entretanto, o que eles conseguem fazer é eliminar as distrações sistemáticas de forma que conseguem grandes períodos de tempo para fazer o trabalho no qual se sentem cômodos e a gosto.
Segundo Stephenson em um artigo seu intitulado “porque sou mal correspondente” ele afirma que 4 horas de silêncio é um bom recurso para se colocar em uso.
Assim, ele separa essas horas em dois tempos, cada um com 2 horas que, embora possam tomar as mesmas 4 horas do seu dia, nem de perto rendem a mesma produtividade do que 4 horas seguidas.
Ele afirma que pelo simples fato de pensar que alguém pode entrar e o interromper já atrapalha seu pensamento e o conduz a não conseguir mais se concentrar como deveria.
E a falta de tempo que não deixa ser produtivo?
John Robinson é um gênio na administração de tempo, e se você tivesse a oportunidade de conversar com o mesmo alegando que não consegue tempo suficiente para a realização e execução de seus projetos, ele te diria que sim, você tem!
Ele defende que, embora as pessoas acreditem que estão trabalhando mais a cada ano, o que elas estão fazendo justamente ao contrário.
Isso porque, o mesmo realizou estudos dos hábitos diários de várias pessoas e como elas gastam seu tempo, e percebeu que nos últimos 40 anos as pessoas trabalham cada vez menos.
A explicação para isso é que mesmo sentindo que trabalhamos mais e que não temos tempo de sobra, o que realmente acontece é que o tempo gasto acaba se fragmentando em diversas pequenas atividades fazendo parecer que não há tempo para aquilo que se gostaria de fato realizar.
Do ponto de vista neurológico, faz bastante sentido que o tempo seja fragmentado para que se trabalhe em diversas atividades menores.
Então, ao concretizar uma tarefa, por menor que ela seja, o cérebro acaba ativando o sistema de recompensa que fornece satisfação ao indivíduo.
Vale lembrar que o cérebro não processa ou reconhece a importância e relevância e sim o número de tarefas que devem ser levadas a cabo.
Dessa forma, quando você responde 40 e-mails seu cérebro pode identificar como muito mais produtivo do que quando você trabalha em uma descrição de um trabalho de 3 folhas.
Cal Newport, nos seus livros, defende a teoria de que existem apenas dois tipos de trabalho: o trabalho profundo e o trabalho superficial.
Para ele, o principal motivo pelo qual os indivíduos estão sempre ocupados e nunca conseguem ser produtivos é o que acaba priorizando trabalhos que não são relevantes, tais como checar os e-mails, fazer ligações, participar de reunião e ler os relatórios pertinentes.
Claro que esse conjunto de atividades faz parte do trabalho e é fundamental, porém certamente existem outras atividades que também precisam ser priorizadas.
Então, para que seja possível ser realmente produtivo, é preciso ir mais além dos números, você realmente necessita se dedicar mais aos trabalhos mais extensos que exigem mais tempo, concentração, energia e reflexão.
Segundo Newport, trabalho extenso e profundo é aquele que mantemos a atenção na tarefa realizada, é aquele trabalho que desenvolve nosso lado cognitivo.
Segundo Newport, existe uma fórmula muito simples e capaz de descrever a produtividade:
Alta qualidade de trabalho = (tempo gasto) x (intensidade de foco)
Através dessa fórmula simples, podemos observar que, para que os resultados sejam maximizados em determinado tempo, é preciso maximizar também o foco ou a intensidade que se possui nesse trabalho.
Logo, para fazer um trabalho de qualidade é preciso um grande bloco de tempo capaz de permitir mais concentração e foco.
Identificando o tempo de validade
Identificar o tempo no qual o trabalho importante será priorizado é apenas o começo disso tudo. Segundo Peter Drucker, tudo o que podemos medir, podemos finalizar.
Portanto, você deve rastrear o seu progresso para entender se está gastando de fato seu tempo em um trabalho profundo ou em um trabalho superficial.
A ideia da proposta por Newport é que se mantenha um quadro onde deve contar quantas horas por dia dedicou a imersão no trabalho.
Embora isso possa parecer bobo no começo, manter as contas evita que ao terminar um prazo você fique pensando que a sua ocupação é proporcional à qualidade do trabalho realizado, o que não é verdade.
Mantendo essa contagem você conseguirá direcionar suas ações e sentir um desconforto quando chegar ao final da semana percebendo que trabalhou apenas uma ou duas horas em atividades que são realmente importantes.
Somente com isso é possível ter noção de quanto você está ocupado ou está sendo produtivo de fato.
O fato é que não é simples determinar se somos ocupados ou produtivos, porém, é preciso observação e empenho para identificar essa situação e mudá-la se for preciso!
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